Fernando António Nogueira Pessoa
(Lisboa, 13 de Junho de — Lisboa, 30 de Novembro de 1935), mais conhecido como Fernando Pessoa, foi um poeta e escritor português.
É considerado um dos maiores poetas da Língua Portuguesa, e o seu valor é comparado ao de Camões. O crítico literário Harold Bloom considerou-o, juntamente com Pablo Neruda, o mais representativo poeta do século XX. Por ter vivido a maior parte da sua juventude na África do Sul, a língua inglesa também possui destaque em sua vida, com Pessoa traduzindo, escrevendo, trabalhando e estudando no idioma. Teve uma vida discreta, em que atuou no jornalismo, na publicidade, no comércio e, principalmente, na literatura, onde se desdobrou em várias outras personalidades conhecidas como heterónimos.
O Protesto Operário, O Pensamento Social, A Voz do Operário e A Sementeira. Todos eles eram jornais mais opinativo do que noticiosos, estranhamente escritos mais por burgueses ideologizados do que por operários. Todos eles visavam a adesão do operariado às lutas pela melhoria das condições salariais e profissionais e pela protecção social. Numa segunda fase, os jornais operários tentaram levar os operários à militância socialista ou anarquista. Assim, esses jornais estavam, de algum modo, desalinhados com as principais correntes políticas na sociedade portuguesa de então: os republicanos, por um lado; e, por outro lado, os “partidos da situação”, de natureza liberal-conservadora e defensores da Monarquia. Prova disso está na discreta notícia que, já em Outubro de 1910, dava conta, na Voz do Operário, da implantação da República, intitulada apenas “Os Últimos Acontecimentos na Capital”. O título, quase irrelevante, talvez procurasse transmitir que viver em República ou Monarquia era perfeitamente inconsequente para o operariado.
A vida quotidiana do XIX
Na segunda metade do século XIX, regista-se uma nova organização social:
a nobreza perdeu privilégios, passou a pagar impostos, viu diminuídos os rendimentos, mas continuou a possuir muitas terras
o clero também perdeu muitos privilégios; as ordens religiosas foram extintas e as suas terras passaram a pertencer ao governo
a burguesia transformou-se no grupo social mais importante e viu a sua riqueza aumentada devido ao desenvolvimento do comércio e da indústria
o povo passou a ter, na lei, os mesmos direitos e deveres que os outros grupos sociais; na prática, continuou a ser o grupo que vivia com mais dificuldades e que desempenhava as tarefas mais duras e difíceis.
No final do século XIX, a ilustração − principalmente o retrato executado a partir de fotografias − começou a sua lenta invasão dos jornais diários portugueses. A imagem informativa deixava, em Portugal, de confinar-se às revistas ilustradas…
Entre 1908 e 1909, houve um curto período de abrandamento da repressão sobre a imprensa e vários jornalistas presos foram amnistiados e postos em liberdade, mas, em 1909, já sob o governo de Campos Henriques, restabeleceram-se as medidas repressivas, que se mantiveram até à queda da Monarquia, a 5 de Outubro de 1910.
Verdade seja dita que, a partir de 1906/1907, a exemplo do que sucedeu com a deriva nacionalista da imprensa europeia continental e norte-americana, se assistiu a uma radicalização das posições das diferentes tendências ideológicas existentes na sociedade portuguesa, o que teve eco nos jornais. O campo monárquico e conservador ganhou o importante apoio da Igreja Católica, enquanto que pelo campo republicano alinhou a Maçonaria. Segundo Tengarrinha (1989: 239), os jornais republicanos converteram-se, nessa época, em meios autenticamente revolucionários.
Pode, assim, dizer-se que a imprensa portuguesa da fase final da Monarquia ecoava fortemente as tensões sociais de uma época em que se digladiavam os monárquicos, os republicanos, os socialistas, os trabalhistas (alguma imprensa operária) e os anarquistas. Esses campos nem sequer eram monolíticos, apresentando várias tendências que também competiam umas com as outras na arena pública em que se tinha tornado o campo jornalístico.
Modernismo
Chama-se Modernismo (ou Movimento Moderno) ao conjunto de movimentos culturais, escolas e estilos que premearam as artes, a literatura, a música e até o cinema, na primeira metade do século XX.
Com um final de século conturbado em Portugal e na Europa (“Mapa-cor-de-rosa”, Ultimato Inglês, queda da monarquia e implantação da República, 1ª Guerra mundial, instituição da Ditadura Militar, ascensão do Fascismo e do Estado Novo)o Modernismo não exerceu grande influência na sociedade Portuguesa da época.
Esta corrente artística foi introduzida em Portugal a partir da publicação de uma série de artigos em jornais e revistas da época, das quais se destaca a revista “Orpheu”, considerada marco do Modernismo Português. Embora não tendo exercido grande influência na sociedade, estes novos ideais não foram mal recebidos, não foram ignorados nem vítimas de sarcasmo ou indignação por parte da população.
Este movimento não era fácil de caracterizar devido ao aparecimento de múltiplos submovimentos, os chamados – ismos (cubismo, futurismo, Sensacionismo), em simultâneo a esta corrente, no entanto, pode-se dizer que o Modernismo se baseava na ideia de que as formas “tradicionais” das artes, literatura, música e até da organização social e da vida quotidiana se tinham tornado ultrapassadas. Assim, re-examinou-se cada aspecto da vida para substituir o “antiquado” por novas e possivelmente melhores formas, com vista a chegar ao progresso. Caracteriza-se por uma nova visão da vida, que se traduz, na literatura, por uma diferente concepção da linguagem e por uma diferente abordagem dos problemas que a humanidade se vê obrigada a enfrentar, num mundo em crise.
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